segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Desert Blues, Mali Style Improvisation

Download João Ascensão - Desert Blues Mali Style Improvisation

Pequena improvisação ao bom velho estilho da música tradicional do Mali, precursora dos blues norte-americanos. Com vários pregos pelo meio, é só um momento agradável que resolvi partilhar. É só carregar no link.

domingo, 10 de janeiro de 2010

Madjid Fahem


Madjid Fahem.

O nome não fica no ouvido e possivelmente não diz nada a parte dos leitores deste texto. No entanto, o seu trabalho não é propriamente desconhecido. Muitos já vibraram com os seus solos e ritmos frenéticos mundo fora. Um espectáculo dentro de qualquer espectáculo, este guitarrista francês é parte vital dos endiabrados Radio Bemba Sound System. Muito mais que uma banda de apoio, estes rapazes são todos excelentes músicos e performers, elevando a música de Manu Chao a um novo patamar qualitativo sempre que este sai para a estrada. O Tombola Tour, do qual fica o CD duplo Baionarena, foi só o último dos exemplos.

É certo e sabido que Radio Bemba Sound System é sobretudo reggae e ska, com algumas variações rockeiras pelo meio. De Gibson SG na mão, Madjid é um guitarrista irrequieto, competente e extremamente inflamável: é vê-lo disparar ritmos cada vez mais furiosos, em sintonia com uma banda histérica e absolutamente incansável. No entanto, é de guitarra clássica na mão que este rapaz impressiona mais. As sequências acústicas nos álbuns de Radio Bemba - habitualmente Clandestino, Desaparecido, La Despedida, Rumba de Barcelona - mostram-no na perfeição.

Madjid assumiu ainda um papel importante na composição de Radiolina, o último CD de originais de Manu Chao. É ele que parece ao lado do famoso cantor em incontáveis vídeos, nomeadamente na apresentação surpresa para Maradona, imortalizada pelo documentário de Kusturica.

Como nota final, gostaria de realçar a extrema qualidade de todos os elementos dos Radio Bemba. Um tal de Bidji, por exemplo, contribuiu imensamente para o sucesso do trabalho de estreia do colectivo, emprestando a sua voz aos temas Peligro e Mr. Bobby, ambos com novos arranjos. Um tal de Bidji que, na verdade, é mais conhecido por Lyricson, uma das grandes promessas do reggae francês, com vários álbuns no bucho e contribuições, por exemplo, com os belíssimos Dub Incorporation, no álbum Dans Le Décor.






terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Incêndio no Prédio do Hot Club Portugal

«O prédio da Praça da Alegria, em Lisboa, onde está instalado o Hot Clube de Portugal ardeu esta madrugada. Segundo o presidente da Junta de Freguesia de S. José, o edifício ficou sem condições para voltar a albergar aquele que se orgulha de ser um dos mais antigos clubes de jazz do mundo. O Hot Clube fez no ano passado 60 anos de existência.»
Fonte: Jornal Público Online; http://publico.clix.pt/Local/predio-do-hot-clube-de-portugal-ardeu_1414987

Esperemos que o incrível espólio - musical e documental - da instituição tenha sobrevivido à desgraça. Ainda que, presentemente, tenha perdido algum do seu inicial fulgor, a acção do Hot na divulgação e promoção da música Jazz em Portugal não pode ser subestimada. Foi nesta cave na Praça da Alegria que tudo começou e por lá passaram algumas das lendas maiores do Jazz nacional e internacional, daí o seu extremo simbolismo. O Jazz nacional comove-se com o desaparecimento da sua mais emblemática sala de espectáculos.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

psit! Favoritos 09

Esta é uma lista despretensiosa. O próprio título o diz. Não pretendo avaliar os melhores álbuns de 09. Primeiro porque ficou muita coisa por ouvir. Depois porque para o fazer teria de incorrer na fantasia dos juízos imparciais. Para além de uma grande treta, os juízos imparciais são uma seca.

Estes são então os meus favoritos! Aqueles que gostei mesmo de ouvir. Nesta análise, a ordem é o que menos interessa.

#. Banda - Álbum

30. Cristina Branco - Kronos
29. Andrew Bird - Noble Beast
28. Sonic Youth - The Eternal
27. Vários Artistas - Dark Was The Night
26. Beirut - March Of The Zapotec/Realpeople Holland
25. The Mountain Goats - The Life Of The World To Come
24. Dinossaur Jr. - Farm
23. Yo La Tengo - Popular Songs
22. The Prodigy - Invaders Must Die
21. Major Lazer - Guns Don't Kill People... Lazers Do

20. Vários Artistas - 5: Years of Hyperdub
19. Mos Def - The Ecstatic
18. Real Estate - Real Estate
17. Anthony And The Johnsons - The Crying Light
16. Mono - Hymn To The Immortal Wind
15. Cacique 97 - Cacique 97
14. Grupo Nuevo de Omar Rodríguez-Lopez - Cryptomnesia
13. Temper Trap - Conditions
12. Bon Iver - Blood Bank EP
11. The Yeah Yeah Yeahs - It's Blitz!

10. Them Crooked Vultures - S/T
9. The Horrors - Primary Colors
8. Norberto Lobo - Pata Lenta
7. Bill Callahan - Sometimes I Wish We Were An Eagle
6. N.A.S.A. - The Spirit of Apollo
5. Girls - Album
4. Rodrigo Leão - A Mãe

3. The XX - S/T
2. Wavves - Wavves
1. Grizzly Bear - Veckaminest

Phoenix, Animal Collective, Fever Ray, Fuck Buttons, Bat For Lashes, The Flaming Lips e Dirty Projectors não foram esquecidos. Pura e simplesmente, não me maravilharam. Mea Culpa. Como é hábito, não me esforcei por gostar. Fica a menção honrosa pelo esforço e inegável qualidade musical dos visados. Outros, como The Mars Volta, Gazpacho e Muse, ficam de fora por culpa própria.

No que toca à produção nacional, Flor Caveira e Amor Fúria (B Fachada, Samuel Úria, Os Golpes, Os Tornados, Diabo na Cruz e por aí fora) também não foram esquecidas. Pura e simplesmente, não gosto dos projectos em causa. Não levem a mal a leveza com que digo isto. É uma opinião e vale o que vale. A exaltação da "genuinidade lusa" faz-me comichão. As inflexões filosóficas e os flirts religiosos pioram o cenário. No entanto, enquanto houver apreciadores, acho muito bem que os envolvidos continuem a fazer a música que apreciam e espero que tenham razoável sorte na sua contenda músico-ideológica.

domingo, 25 de outubro de 2009

Kings of Convenience - Declaration of Dependence (2009)

Eis que, cinco anos volvidos desde Riot on an Empty Street, os eternos lamechas lançam um novo álbum: Declaration of Dependence. Verdade seja dita, este disco não traz nada de novo. A fórmula é a mesma: letras naif q.b. quase suspiradas sobre melodias ternas e cuidadas de guitarra. Por um lado ainda bem que assim é: ao ouvir este novo trabalho sentimos que reencontrámos um bom amigo. No entanto, este disco não encanta como os antecessores. Há a sensação de déjá vu em todas as faixas, a inconsequente procura de um elemento novo que não está lá. Depois de cinco anos de separação, depois de correr o mundo e experimentar novos projectos e caminhos, Erlend e Eirik sentiram necessidade de regressar a casa. E que bem lhes parece ter sabido. Não é o álbum do ano, não é o melhor álbum de Kings of Convenience, mas merece a audição, daí a nota final positiva. Bom domingo a todos. Pode ser que este seja o tónico de que precisa para começar a semana de sorriso na cara.

Classificação:
6.5/10

Kings of Convenience - Mrs Cold, Declaration of Dependence (2009)


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